World Opera
Estrangeiro, numa certa língua eslava, dizem-me, significa mudo. Aquele que não fala a minha língua, é mudo. Aquele que não tem a minha história, é mudo.» (Gonçalo M Tavares)
Eis os pontos de partida para a próxima ÓPERA onde juntamos a nossa dupla criativa, que consideramos “à prova de bala”, para celebrar os 25 ANOS dos CONCERTOS SINFÓNICOS PARTICIPADOS.
Quantas vezes não nos apaixonamos por gente que em nada corresponde aos estereótipos de beleza?! Acontece! Acontece porque conhecemos. Acontece porque tivemos o tempo necessário para ver para além da superfície. Ver para além do que parece. «Ver é uma forma de parar» escreveu o Gonçalo na última ópera que apresentámos. «Não paras porque não há caminho. Paras porque algo que é bonito está agora ali à tua frente. A beleza está no mundo para diminuir a velocidade». O que queremos nesta ÓPERA do Mundo – chamemos-lhe assim, por enquanto – é promover esse tempo para descobrir o belo que está para além do imediato. A beleza que não está próxima. Não faz parar porque é belo. Faz parar porque é estranho. O que é então esta Ópera do Mundo?
O argumento promoverá uma viagem estranha. Entre gente estranha. A orquestra ajuda. É estranha, também. Como cordofones solistas teremos um Sitar (Índia), um Erhu (China), uma Kora/Corá (Guiné Bissau), um Berimbau (Brasil) e, claro, uma Guitarra Portuguesa. Ponderamos ainda a inclusão de um Didgeridoo (Austrália) como forma de vermos representados os 5 continentes. Instrumentos pelos quais nos queremos apaixonar e, com eles, pelas gentes que tanto os acarinha. Teremos assim espaço para o brilho dos instrumentos solistas que terão um destaque tão ou mais importante do que as vozes, neste projeto específico.