O retorno que os professores da Foco Musical, músicos da Orquestra dos Brinquedos de Lisboa, têm tido nas experiências partilhadas com os seus alunos, a propósito do seu  programa de estreia, conduzem à conclusão de que o timbre cómico dos Brinquedos tem tendência a gerar apetência para conhecer as versões originais das obras apresentadas, tendo-se constituído de imediato um bom pretexto para pequenas conversas sobre os grandes compositores da história da música ocidental. Esta vertente pedagógica que associa as questões da literatura à volta da história da música à criatividade na conceção musical afastada dos cânones, constitui simultaneamente um paradoxo e, quem sabe, uma proposta de paradigma. Estão, pelo menos, lançados dados para uma abordagem diferente às visitas históricas à grande música, bem como à forma de criar música, revisitando agora o conceito da primeira parte do espetáculo. Digamos que se trata de um conceito onde temos presente o pleno da abordagem sistematizada nas siglas CLASP. CLASP é um neologismo que parte de uma palavra que pode significar qualquer coisa que serve para fixar, agarrar, agregar ou abraçar – aquilo que se pretende com as aprendizagens significativas – a partir da qual se construíram as iniciais para aquilo que se pode entender como a sistematização de tudo o que deve ser a preocupação da educação musical: Composition (criação/composição), Literature (bases teóricas), Audition (audição/aculturação), Skills (competências), Performance (interpretação/ prática musical). A Orquestra dos Brinquedos de Lisboa, com o seu primeiro programa, propõe-se desta forma transformar e estilizar um processo de trabalho de sala, sintetizando-o em formato espetáculo. O restante repertório abraçado por esta orquestra segue de alguma forma os mesmos princípios didáticos.